Angola Lidera Mineração de Criptomoedas em África – Combater é Perder
Crisóstomo Mbundu é um destacado líder angolano nas áreas de Telecomunicações e Tecnologia de Informação. Com uma carreira internacional de mais de 12 anos, marcada pelo desenvolvimento de negócios e produtos de conectividade IP, Data Center, Segurança e Computação em nuvem, bem como pela gestão do maior ponto de troca de tráfego angolano, o Angonix, Mbundu também se destaca na atração de conteúdos digitais e defende a geo-localização de conteúdos digitais em Angola. Além disso, desempenha um papel ativo na responsabilidade social, tanto em Angola, onde fundou e liderou o AceleraNET, como a nível global, com o PeeringDB. Atualmente, exerce as funções de Líder Comercial para Telco e Utilities na Axians Angola.
Economia Digital
28, Fevereiro de 2025

A indústria de mineração de criptomoedas registra crescimento astronômico nos últimos anos, em 2022, o mercado global de mineração de criptomoedas foi avaliado em mais de 1,6 mil milhões de dólares americanos, com acrescimento anual (CAGR) estimado de 13,2% entre 2023 e 2030. Espera-se que o mercado global de criptomoedas atinja 2,263 mil milhões de dólares americanos até 2029. Estes números reflectem o aumento do investimento institucional, melhorias na eficiência energética e a expansão da mineração de altcoins, como Ethereum e Litecoin, que estão a impulsionar o crescimento da indústria.
A mineração de Bitcoin envolve custos significativos, empresas como a CleanSpark gastam cerca de 33.925 de dólares para minerar um único Bitcoin, enquanto outras, como a Bitdeer, podem gastar até 81.014 de dólares. Esses custos incluem despesas com electricidade, depreciação de equipamentos e outros custos operacionais.
A adopção de criptomoedas em África tem crescido rapidamente nos últimos anos. De acordo com um relatório da Chainalysis, o mercado de criptoactivos africano captou cerca de 105,6 mil milhões de dólares entre julho de 2020 e junho de 2021. Num período mais recente, de julho de 2023 a junho de 2024, a África Subsaariana sozinha recebeu aproximadamente 125 mil milhões de dólares.

Afinal, o que é a mineração? A mineração de criptomoedas é o processo pelo qual novas unidades de criptomoedas são criadas e transações são verificadas e adicionadas a um livro razão público, conhecido como blockchain. A mineração cumpre um conjunto de princípios de controle da moeda, recompensas, consumo de energia, segurança, assim como alto poder de computação especializado em ASICs e GPUs.
Qual é a situação da mineração em Angola?
A Universidade de Cambridge divulgou o seu ranking global de sistemas de mineração de criptomoedas, no qual Angola alcançou uma taxa total de hash de Bitcoin de 0,04% em agosto. Este valor posiciona Angola como o terceiro maior país em mineração de criptomoedas no continente africano.
- Egito: Taxa de hash de Bitcoin de 0,17%
- Líbia: Taxa de hash de Bitcoin de 0,10%
- Angola: Taxa de hash de Bitcoin de 0,04%
- África do Sul: Taxa de hash de Bitcoin de 0,02%
- Marrocos: Taxa de hash de Bitcoin de 0,01%
Angola está entre os países africanos mais interessantes para as criptomoedas. Em 2023, o país ficou na oitava posição entre os 15 países africanos mais interessados em criptomoedas, com um interesse avaliado em 1,41%.
Por que Angola se torna cada vez mais interessante para a mineração? Um dos elementos essenciais na mineração é, sem dúvida, a energia elétrica, fundamental para alimentar o robusto hardware necessário para a mineração, além do factor de resfriamento.
Quais são os principais factores de atractividade para mineração de criptomoedas em Angola?
Podemos dividir os factores de actravidade da criptomoedas para o mercado Angola em três partes:
O Baixo Custo da Produção Energética
O custo de produção de energia em Angola é um dos mais baixos do mundo, o que torna o país atraente para actividades de mineração que exigem grandes quantidades de energia.

Fonte: Os preços da eletricidade em todo o mundo
A resposta para o grande interesse de empresas na mineração pode ser encontrada no custo de produção de energia em Angola, que é um dos mais baixos do mundo.
A Alta Capacidade de Conectividade Internacional
Hoje, Angola tem condições de se ligar aos principais centros de dados no mundo com tempos de acesso (latência) inferiores à 200 ms, sendo que para o América latina estamos a falar de 65 ms, para os estados Unidos 190 ms, para a europa e Asia. Estrategicamente, Angola tem localização intermedia única, com potencial tecnológico fértil.

O Número de Data Centers na Região
Electrizar centros de processamento de criptomoedas exige não apenas tecnologia de ponta, mas, também, grandes quantidades de energia, além de manter as temperaturas em níveis controlados para um processamento eficaz. Em realidades mais avançadas, o investimento em Data Centers com grande capacidade energética é fundamental, pois há uma grande relação entre o crescimento tecnológico, a produção de energia e o número de Data Centers.

Fonte: Centros de processamento de dados no mundo
Angola faz parte deste universo digital sem limitação de tempo e espaço. Volta e meia, vemos operações policiais a desmantelar grandes centros de mineração de dados, o que nos leva às seguintes questões: quanto poderia a economia angolana ganhar se regulasse a mineração de criptomoedas? Podemos considerar esta actividade como uma fonte de diversificação económica?
Num período mais recente, de julho de 2023 a junho de 2024, a África Subsaariana sozinha recebeu aproximadamente 125 mil milhões de dólares. Estes dados são cada vez mais actrativos para o nosso mercado. A regulamentação da mineração de criptomoedas poderia trazer vários benefícios, como o aumento da arrecadação fiscal, a atração de investimentos estrangeiros e a criação de novos postos de trabalho. Além disso, a regulamentação ajudaria a mitigar riscos associados à segurança energética e à estabilidade financeira.
Considerando que Angola é um dos três principais mercados africanos, é recomendável que se avance com a regulamentação para maximizar os benefícios económicos e posicionar o país como um líder na inovação digital.
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