Durante a teleconferência com investidores, no Fórum de Investimento EUA-Arábia Saudita em Washington, realizada esta quarta-feira, Jensen Huang, fundador e CEO da Nvidia, procurou precisamente dissipar esses receios. “Tem-se falado muito sobre uma bolha de IA”, afirmou. “Do nosso ponto de vista, vemos algo muito diferente. A Nvidia destaca-se em todas as fases da IA, do pré-treinamento ao pós-treinamento e à inferência.”

Os números divulgados confirmaram essa confiança. A empresa reportou um lucro diluído por acção de 1,30 dólares e uma receita total de 57,01 mil milhões de dólares, superando as previsões de 1,26 dólares por ação e 54,9 mil milhões de dólares em receita. As vendas cresceram 62% face ao mesmo período do ano anterior. Só a divisão de datacenters gerou 51,2 mil milhões de dólares, acima dos 49 mil milhões esperados pelos analistas. Para o quarto trimestre, a Nvidia projecta uma receita de cerca de 65 mil milhões de dólares, superando a estimativa do mercado, que apontava para 61 mil milhões.

Huang explicou ainda que a empresa está a navegar três grandes transformações tecnológicas: a passagem da computação tradicional para a computação acelerada; a ascensão da IA generativa; e a evolução para a IA agente e física, presente em robôs e veículos autónomos. “Ao considerar investimentos em infraestrutura, considerem estas três dinâmicas fundamentais”, disse. “Cada uma contribuirá para o crescimento estrutural. A Nvidia permite as três transições e fá-lo para qualquer modalidade de IA.”

Segundo o CEO, a procura pelos chips da empresa continua em forte expansão. “A IA está a ir para todo o lado, a fazer tudo, e tudo ao mesmo tempo”, destacou, sublinhando que o impulso tecnológico não mostra sinais de abrandar.

Os resultados robustos e as previsões optimistas reforçaram a percepção de que o boom financeiro da IA permanece sólido, ajudando a impulsionar os mercados globais e a renovar o apetite dos investidores pelo sector tecnológico.