O lançamento ocorreu pouco depois das 18h30 local (00h30 do dia seguinte em Angola), e logo após a decolagem, o propulsor do primeiro estágio amerissou no Golfo do México. Cerca de uma hora depois, o estágio superior completou a sua descida controlada até ao Oceano Índico, segundo a transmissão ao vivo da empresa.

Ao contrário de outros testes, a SpaceX não tentou capturar o Starship na torre de lançamento, mas concentrou-se em avaliar a performance da etapa superior, responsável pelo transporte de tripulação e carga.

Pela primeira vez, a missão conseguiu lançar oito satélites de internet Starlink de teste, com câmeras a bordo transmitindo imagens ao vivo de um mecanismo robótico que os liberava individualmente.

Contudo, nem tudo correu sem falhas; algumas placas térmicas desprenderam-se e uma pequena seção do foguete queimou durante a descida. Segundo Dan Huot, gerente de comunicações da SpaceX, esses incidentes já eram esperados, uma vez que o veículo foi colocado intencionalmente numa trajectória desafiante.

“Estamos a ser um pouco cruéis com esta nave espacial”, comentou Huot na transmissão. “Estamos a tentar explorar os seus pontos fracos”. Elon Musk, por sua vez, comemorou no X: “Ótimo trabalho da equipa da SpaceX!”.

O Starship é peça central na visão de Musk para colonizar Marte e revolucionar os transportes espaciais, e as versões adaptadas do veículo deverão ainda servir ao programa Artemis, da NASA, que prevê levar astronautas novamente à Lua, além de possibilitar viagens intercontinentais em menos de uma hora.

Apesar do progresso, Musk reconheceu que ainda há “milhares de desafios técnicos” a serem superados antes de missões tripuladas ou interplanetárias. Enquanto a SpaceX já recupera o primeiro estágio do foguete de forma rotineira, a reutilização da extremidade superior continua a ser uma meta futura.